Revolução – Ou Melhor Renaulution!

O Grupo Renault apresentou o seu plano estratégico para os próximos cinco anos e promete uma revolução. Redução dos custos, sinergias entre as várias marcas, tornar-se líder europeu na transição energética. Decididamente a “Renaulution” está em marcha.

Foi no dia 14 de Janeiro que Luca de Meo apresentou o novo plano estratégico para o Grupo Renault, foram meses de preparação para fazer frente às dificuldades que têm assombrado a Renault nos últimos tempos. De facto no ultimo ano a Renault acumulou enormes prejuízos pondo em risco a sobrevivência da empresa. Inspirando-se no seu rival PSA que também tinha passado por uma situação semelhante em 2014 e depois de um rigoroso plano estratégico elaborado pelo português Carlos Tavares, é agora um dos grupos mais rentáveis da indústria automóvel.

Os homens do losango batizaram-no de Renaulution e tem como objetivo reorientar o grupo para a rentabilidade em vez das quotas de mercado ou do volume de vendas. O plano divide-se em três fases: Ressurreição, Renovação e Revolução. A primeira fase foca-se na recuperação das margens de lucro e na criação de líquidez. Em 2023 arranca a Ressureição que tem como objetivo a renovação das gamas que contribuem para a rentabilidade, por fim em 2025 dá-se a Revolução que visa transformar o modelo económico migrando para a tecnologia, a energia e a mobilidade.

Fazer Mais Com Menos

Com estas três fases bem distintas a Renault conta restaurar a sua competitividade. Isto passa obrigatoriamente por reduções de custo. Está prevista uma redução do investimento em pesquisa e desenvolvimento, de 10% do volume de negócios para menos de 8% em 2025.

O Grupo Renault irá dividir-se em 4 unidades de negócio.

A juntar a isto, o Grupo Renault planeia reduzir o número de plataformas de seis para apenas três, assim como os grupos motopropulsores de oito para quatro famílias. Tudo isto levará a uma baixa das capacidades de produção mundiais de 4 milhões de veículos para 3,1 milhões.

24 Novos Modelos até 2025

Esta eficácia permitirá a chegada de muitas novidades na futura gama de produtos. As marcas do Grupo Renault vão lançar nada mais nada menos que 24 novos modelos, em que metade destes pertencerão aos segmentos C e D e pelo menos 10 serão elétricos.

O grupo passa a dividir-se em quatro unidades de negócio: Renault, Dacia-Lada, Alpine e Mobilize.

Nouvelle Vague

Com este plano estratégico a marca Renault entra numa nova era lançando a “Nouvelle Vague”. A marca encarnará a inovação no seio do grupo, transformando-se numa marca tecnológica, de serviços energéticos e de mobilidade.

O objetivo é aproveitar a sua experiência adquirida nos veículos elétricos para se transformar numa das marcas de referencia na transição energética. Assumindo-se como um símbolo das energias limpas, através dos seus híbridos E-Tech, plataformas dedicadas a eléctricos e comerciais ligeiros a hidrogénio.

A Renault pretende ainda lançar o programa “ReFactory”, através do qual pretende adicionar valor aos seus automóveis, prolongando o seu ciclo de vida, recondicionando automóveis usados com motor Diesel através da sua conversão para eléctricos ou com motores a biogás.

Está previsto o lançamento de 14 novos modelos electrificados até 2025 dos quais 7 serão 100% elétricos. Entre os novos modelos está praticamente confirmado o regresso do Renault 5, que será elétrico e foi antecipado pelo Concept car Renault 5 Prototype realizado sob a direção do novo director de design Gilles Vidal. A marca francesa deverá ainda apostar no segmento C e D onde poderá obter maiores margens de lucro com 7 novidades.

Dacia

A Dacia passará a ter um novo logótipo

Também a Dacia traz uma mão cheia de novidades. Depois de 15 anos de atividade e 7 milhões de unidades vendidas, a marca romena vai integrar uma das novas unidades de negócio conjuntamente com a Lada. Denominada Dacia-Lada esta unidade de negócio tem o objetivo de fomentar as sinergias entre as duas marcas, continuando ambas a manterem a sua identidade própria e a sua independência.

Dacia Bigster Concept antecipa o novo modelo da marca

Ambas passarão a desenvolver os seus produtos com base apenas numa única plataforma, que lhes dará acesso à tecnologia híbrida. O que lhes permitirá cumprir com as normas de emissões.

Quanto a modelos, está desde já confirmada a entrada da Dacia no segmento C, com o novo SUV baseado no Bigster Concept revelado nos últimos dias. Do lado da marca russa está prometido o lançamento do substituto do eterno Lada Niva.

Alpine 100% elétrico

Depois de um período de incerteza quanto ao seu futuro, o novo plano estratégico do Grupo Renault não só veio assegurar o futuro da Alpine como atribuiu-lhe um papel de maior relevo no seio do grupo.

Absorvendo a Renault Sport e a Renault Sports Racing (divisão de competição) a Alpine passará a ter maior exposição mediática no palco global. A presença da Renault na Formula 1 passará já este ano a ser feita pela marca Alpine.

Esta será a nova gama Alpine

O sucessor do A110 ao que tudo indica deverá ser elétrico, nesse sentido juntou esforços com a Lotus para desenvolver um novo desportivo. Foi ainda anunciada a intenção de lançar outros dois modelos, um Crossover e ainda um Hot Hatch também eles 100% elétricos.

Mobilize

Mobilize será a nova marca do Grupo e dedicar-se-á à oferta de serviços de mobilidade, de energia e de dados, tendo como alvo outras marcas e parceiros. Para isso irá desenvolver uma gama de veículos dedicados aos serviços de mobilidade: dois destinados ao carsharing (autopartilha), um destinado à distribuição de último quilómetro e por último outro destinado ao transporte a pedido.

Por fim a Mobilize irá também dedicar-se à criação de uma série de serviços que vão desde o carregamento de veículos a programas de subscrição, passando por outros financeiros (aluguer ou leasing, por exemplo).

Vive a Tua Paixão!

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