Mazda MX-5 – Uma Ideia Brilhante.

A Mazda comemora este ano o seu centenário. Desde sempre uma marca que se manteve independente com uma pitada de irreverência, a Mazda sempre teimou em seguir por caminhos diferentes dos demais. Dando- se ao luxo nos finais dos anos 80 de ressuscitar um segmento que todos julgavam perdido, uma aposta arriscada mas vencedora. Ao tornar-se o descapotável desportivo mais vendido do mundo, o Mazda MX-5 entrou na categoria de automóvel mítico. Esta é a sua história.

A história do mx-5 começa em 1978, na apresentação do desportivo da Mazda – o RX-7. A marca seleciona um grupo restrito de jornalistas para a apresentação do modelo e para isso convida-os a descobri-lo no Japão. Entre eles estava o americano Bob Hall da revista Motor Trend, este era já um habituado destas andanças pois falava corretamente o japonês. Durante o evento Hall cruza-se com Kenichi Yamamoto o engenheiro chefe da marca japonesa, onde iniciam uma breve conversa. É aí que Yamamoto lhe pergunta, segundo ele qual deveria ser o próximo desportivo da Mazda.

O Mazda MX-5 fez renascer o segmento do descapotável desportivo

Bob Hall um verdadeiro entusiasta dos roadsters ingleses, responde sem hesitar que deveria ser um descapotável desportivo de dois lugares, leve, ágil e fácil de fabricar. Um mercado onde os construtores deixaram de acreditar, mas segundo ele ainda promissor. Com a vantagem de que seriam os únicos no mercado a propor tal veículo. Para comprovar que sabe do que fala Hall pega num pedaço de giz e começa a desenhar num quadro negro.

Os anos passaram, e em 1981 Bob Hall foi convidado pela Mazda a integrar a sua equipa na Califórnia onde a marca possui um departamento de design. Este não desiste da sua ideia e envia um relatório pormenorizado a Kenichi Yamamoto, agora CEO da Mazda evocando as razões pela quais deveriam apostar no pequeno cabriolet desportivo.

A Mazda era um pequeno construtor, com recursos muito limitados, pelo que qualquer lançamento falhado podia ditar o fim da marca. Pelo que Kenichi Yamamoto autorizou Bob Hall a ir trabalhando no projeto desde que fosse fora das horas de trabalho para não prejudicar os projetos em curso considerados mais importantes. Entre eles um monovolume, um formato muito popular na altura.

Proposta do centro de design de Tokyo, equipado com motor central traseiro.

A partir de 1983 foi dada oficialmente a luz verde para este projeto. Foi pedido aos centros de design da marca, no Japão e na Califórnia para porem em marcha as respectivas leituras e interpretações do caderno de encargos. Acabando por sair vencedora a equipa californiana liderada por Bob Hall.

Proposta vencedora do centro de design da Califórnia.

A proposta de Bob Hall correspondia melhor ao desejado para este género de automóvel, um modelo com motor dianteiro e tração traseira, enquanto que os japoneses propuseram um carro com motor central-traseiro. Também houve outro projeto japonês idealizado com motor e tração dianteira para aproveitar uma plataforma já existente, mas que não suscitou qualquer interesse.

Nova evolução do protótipo chamado Duo 101

O projecto foi evoluindo ao longo do tempo com uma sucessão de protótipos até a sua apresentação oficial. Foi no salão de Chicago em 1989 onde se deu a apresentação do MX-5.

Um dos 14 protótipos finais.

Várias foram as designações do modelo. nos Estados Unidos fazia-se chamar de Miata, no Japão Eunos Roadster e na Europa MX-5. E porquê MX-5 ? Este era o quinto elemento de uma série de projetos especiais chamados Mazda Experimental (MX).

Mazda Eunos Roadster, como era conhecido no Japão.

Contra todas as expectativas foi amor à primeira vista, o público reagiu de forma muito positiva. O número de encomendas foi tal, que obrigou a Mazda a adiar a comercialização do MX-5 na Europa, sendo lançado um ano mais tarde em 1990.

Um design irresistível com os seus faróis dianteiros escamoteáveis.

De facto, o seu design diretamente inspirado nos roadsters ingleses dos anos 60 é uma mais-valia. O Mx-5 assume sem complexos as suas semelhanças com um certo Lotus Élan. Mas para além do seu design o pequeno MX-5 possui outro trunfo na manga, o seu belíssimo chassis. Associado ao motor de quatro cilindros com 1,6 litros que desenvolvia cerca de 116 cv, com uma distribuição de peso 50/50, ingrediente necessário para tornar este pequeno de tracção traseira um objecto de diversão.

O sucesso do Mazda MX-5 fez renascer o segmento dos descapotáveis desportivos, levando outros construtores a reagir. Foi o caso da BMW com o Z3, a Porsche com o Boxster , ou ainda, opções mais baratas como o Fiat Barchetta e o MG-F dos ingleses da Morris Garage (MG).

Com uma carreira de 30 anos, seguem-se mais três gerações que entretanto abandonaram os faróis escamoteáveis. No ano 2000 o Mazda MX-5 estabelece o recorde do Guiness Book tornando-se no descapotável mais vendido do mundo. A quarta e atual geração lançada em mantém o ADN da versão original. O prazer de condução mesmo com poucos cavalos, uma agilidade irrepreensível e com o bónus de poder desfrutá-lo com os cabelos ao vento.

A última geração do MX-5 mantém intacto o ADN da versão original.

Foi assim que na década de 80 se preparou o lançamento de um automóvel que se tornaria mítico: um pouco por acaso, por paixão e pela abertura de espírito. Foi preciso coragem aos homens da Mazda em seguir a convicção de Bob Hall sem que este tenha qualquer experiência na produção automóvel, apenas teve a boa ideia no bom momento. E resultado aí está para comprová-lo, o Mazda MX-5 uma pequena máquina a sensações.

Vive a Tua Paixão!

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